quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Mortos por tsunami vão a 343 na Indonésia

Mais de 20 mil pessoas estão desalojadas, e 338 continuam desaparecidas. Em outro local do país, familiares e amigos enterram vítimas de vulcão.

O número de mortos pelo tsunami que atingiu a Indonésia nesta segunda-feira aumentou para 343, à medida que mais corpos foran econtrados em buscas por ilhas remotas devastadas pela ondas gigantes. Segundo Ferry Faisal, funcionário da agência de controle de desastres, 338 pessoas ainda estão desaparecidas e 20 mil estão desalojadas.

O tremor de magnitude 7,7 foi registrado a cerca de 33 km de profundidade e a 78 km a oeste de Pagai Sul, nas Ilhas Mentawai, na noite de segunda, e destruiu casas na cidade costeira de Betu Monga e em outras localidades, segundo autoridades locais. Segundo autoridades, o sistema de alerta instalado após o tsunami devastador de 2004 não estava funcionando há um mês por falta de manutenção.

Equipes de resgate buscam sobreviventes, enquanto em outro ponto do país, parentes e amigos enterram alguns dos 33 mortos pela erupção do vulcão Merapi.

O presidente Susilo Bambang Yudhoyono deve encontrar com sobreviventes de ambas as catástrofes, que atingiram o país em dias consecutivos.

O Merapi está situado bem no meio de uma região extremamente habitada no centro da Ilha de Java. Mais de um milhão de pessoas vivem sob a ameaça de uma explosão do domo de lava, de nuvens incandescentes e lahars - avalanches de lodo formados pela fluidificação de materiais vulcânicos saturados de água, comportando-se como um fluido viscoso.

SINAIS DE MUDANÇA

A questão não é mais se haverá aquecimento global: o processo já está em andamento e o que se vê  agora são apenas seus primeiros efeitos.



A Terra passa regularmente por períodos frios, as eras glaciais, e amenos, chamados de interglaciais. São mudanças climáticas severas que redesenham a paisagem global. Até agora, essas transformações se processavam no ritmo natural: de tão lentas, eram imperceptíveis no espaço de uma geração. Os sinais recentes do aquecimento do planeta, porém, acumulam-se em uma velocidade considerada inédita pelos cientistas. O ciclone Catarina, que se formou neste ano no litoral sul do Brasil, foi considerado por um grupo de cientistas ingleses como sinal antecipado da mudança do clima. Pelas contas dos especialistas, tormentas assim serão normais nessa região do Atlântico daqui a uma década. Blocos de gelo de tamanho inusitado têm se desprendido dos pólos. Em 1998, um deles, do tamanho do Distrito Federal, se soltou de uma geleira na Antártica. Outro, com 720 bilhões de toneladas de gelo e três vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro, desprendeu-se em 2002. Dois séculos atrás, a Praça de São Marcos, em Veneza, era inundada uma ou duas vezes por ano. Agora é interditada quase toda semana por causa do avanço das águas. No sul dos Estados Unidos, o estado de Louisiana perde cerca de 16 hectares de terra por dia. Os Everglades, turísticos pântanos da Flórida, podem desaparecer até o fim deste século. Países asiáticos, como Bangladesh e China, estão perdendo faixas de terra férteis usadas para o cultivo do arroz.


São mudanças que afetam a vida de todas as espécies, inclusive o homem. Globalmente, a década mais quente já registrada foi a de 1990. Essa tendência é observada também nos últimos cinco anos. Atribuem-se a uma inédita onda de calor 30 000 mortes na Europa Ocidental, no verão de 2003. Um estudo da Organização Mundial de Meteorologia, ligada às Nações Unidas, estima que pelo menos 160 000 pessoas morram por ano em conseqüência das mudanças no clima. Entre as causas da mortandade está a elevação das marés, que inviabiliza fontes de água na foz de rios. No Egito, o avanço do mar está deixando a água do Nilo salobra e afetando o abastecimento da região. A febre do oeste do Nilo chegou aos Estados Unidos em um ano de fortes secas, por meio de aves migratórias infectadas, e nos últimos cinco anos matou 500 americanos. 

O monstro de gelo
Um dos maiores icebergs já observados, o A-38 – de 144 por 48 quilômetros – nasceu ao se desprender da camada de gelo antártica em 1998. Desde então se dividiu em vários pedaços, que vagam pelo Atlântico Sul, representam perigo para a navegação e são por esse motivo continuamente monitorados. A seqüência ao lado, que cobre um período de uma semana, acompanha uma de suas subdivisões. Uma montanha de gelo com a área aproximada da cidade de São Paulo partiu-se em duas em abril deste ano. Icebergs desse porte tendem a se tornar cada vez mais comuns com a aceleração do derretimento do gelo polar.



Segundo as contas do físico e astrônomo James Hansen, diretor do Instituto Goddard, da Nasa (a agência espacial americana), essa sobrecarga de calor é de cerca de 1 watt por metro quadrado. Isso equivale a manter acesa por 150 anos, em cada metro quadrado da superfície do planeta, uma lâmpada de enfeite de Natal. Parece pouco, mas não é. "Os estudos da história do clima mostram que pequenas forças, mantidas por muito tempo, podem causar grandes mudanças", explica Hansen. A maior parte do coeficiente energético gerado pelas "lâmpadas" de Hansen é absorvida pelo mar. Medições do oceanógrafo Sydney Levitus, do serviço de meteorologia americano, mostram que a quantidade de calor nos oceanos aumentou 10 watts por metro quadrado nos últimos cinqüenta anos. Levitus afirma que, mesmo que se venham a reduzir as emissões e controlar o efeito estufa, a atmosfera terrestre continuará esquentando por no mínimo 100 anos, devido à absorção do calor emitido pelos oceanos. É que, assim como a água demora para se aquecer, também demora para perder calor. As conseqüências são facilmente imagináveis. "A elevação de apenas 1 grau onde a temperatura era zero significa que, ali, tudo o que é gelo vai derreter e fazer aumentar a quantidade de água escorrendo para os oceanos", lembra o físico Edmo Campos, coordenador do Laboratório de Modelagem dos Oceanos, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. Para completar, como qualquer corpo aquecido, o mar se expande. Esse fenômeno, combinado com mais água, faz avançar as marés. O que se vê agora, para muitos cientistas, é apenas o começo de uma tendência que vai se agravar ao longo das décadas. 




segunda-feira, 11 de outubro de 2010

FENÔMENO NATURAL

Um fenómeno natural é um acontecimento não artificial, ou seja, que ocorre sem a intervenção humana. Note-se que até as acções humanas (um automóvel em andamento, por exemplo) continuam sempre sujeitas às leis naturais, contudo, não são consideradas, neste sentido, fenómenos naturais, já que dependem do arbítrio ou vontade humana. Os fenómenos naturais podem, isso sim (ou não), influenciar a vida humana que a eles está sujeita, como a epidemias, às condições meteorológicas, desastres naturais, etc. Repare-se que, na linguagem vulgar, fenómeno natural aparece quase sempre como sinónimo de evento incomum, espantoso ou desastroso sob a perspectiva humana. Contudo, a formação de uma gota de chuva é um fenómeno natural da mesma forma que um furacão.

Na linguagem vulgar, contudo, dado o sentido comum do termo "fenómeno", esta expressão refere-se, em geral, aos fenómenos naturais perigosos também designados como "desastres naturais". A chuva, por exemplo, não é, em si, um "desastre", mas poderá sê-lo, na perspectiva humana, caso algumas condições se conjuguem. Deficiente manutenção dos equipamentos de drenagem da água, mau planeamento urbanístico, com a construção de estruturas em locais vulneráveis a cheias ou outros podem ocasionar efeitos desastrosos para o ser humano.

TSUNAMIS

Em 26 de dezembro de 2004, um gigantesco terremoto submarino na costa da ilha de Sumatra, na Indonésia, abalou a Terra em sua órbita. O sismo, medindo 9,0 na escala Richter, foi o maior desde 1964. Dúzias de tremores secundários com magnitudes de 5,0 ou mais ocorreram nos dias subseqüentes. Mas a conseqüência mais poderosa e destrutiva desse terremoto devastador foi o tsunami que ele causou. A contagem de vítimas chegou a mais de 280 mil e muitas cidades foram praticamente devastadas.

A destruição provocada por esse tsunami superou todos os tsunamis já vistos na história recente. Mas, cientificamente, o curso dos eventos seguiu a seqüência básica de um tsunami típico. Neste artigo, vamos dar uma olhada nas causas, na física envolvida e nos impactos de um tsunami. Também vamos examinar os esforços dos cientistas para monitorar e prever tsunamis e evitar desastres como o de 2004.

Figura 1
A praia de Banda Aceh, Sumatra, antes e depois do tsunami de 2004

Figura 2
Detalhe de praia ao norte de Banda Aceh, 2004, antes e depois do tsunami

Anatomia de uma onda


O termo "tsunami" vem das japonesas tsu (porto) e nami (ondas). O tsunami é uma onda ou uma série de ondas no oceano atingindo centenas de quilômetros de extensão e alturas de até 10,5 metros. Estas "paredes de água" se deslocam à velocidade de um avião comercial, ou mais. O poderoso tsunami de 26 de dezembro de 2004 percorreu 600 km em 75 minutos. Isso corresponde a 480 km/h. Estas paredes de água são realmente capazes de causar destruição em massa ao longo das terras costeiras.


Para entender os tsunamis, vamos primeiro dar uma olhada nas ondas em geral. A maioria das pessoas está acostumada com ondas vistas em praias ou nas piscinas de onda de um parque aquático. As ondas possuem uma crista (o ponto mais alto da onda) e uma cava (o ponto mais baixo da onda). As ondas são medidas de duas maneiras:
  • a altura da onda é a distância entre a crista e a cava;
  • o comprimento da onda é a distância horizontal entre duas cristas de onda consecutivas. 



A freqüência das ondas é medida pelo tempo que leva para que duas ondas consecutivas cruzem o mesmo ponto. Isso é chamado de período da onda.

As principais diferenças são o tamanho, a velocidade e a origem. Vamos dar uma olhada no que causa uma onda normal.
As ondas oceânicas são criadas por uma série de fatores (atração gravitacional, atividade submarina, pressão atmosférica), mas sua origem mais comum é o vento.

Quando o vento sopra sobre uma superfície lisa de água, as moléculas de ar acabam carregando moléculas de água. O atrito entre o ar e a água comprime a superfície da água, criando ondulações conhecidas como ondas capilares. As ondas capilares se movem em círculos. Este movimento circular da água continua verticalmente debaixo da água, apesar de a potência desse movimento diminuir em águas mais profundas. À medida que a onda se desloca, mais e mais moléculas de água são reunidas, aumentando o tamanho e o impulso da onda. A coisa mais importante a saber sobre as ondas é que elas não representam o movimento da água, mas, ao invés disso, demonstram o movimento da energia através da água.
Em ondas normais, o vento é a origem desta energia. O tamanho e a velocidade das ondas de vento dependem de sua intensidade.

O nascimento de um tsunami

As causas mais comuns de tsunamis são os terremotos submarinos. Para compreender os terremotos submarinos, primeiro é necessário entender as placas tectônicas. A teoria das placas tectônicas sugere que a litosfera, ou camada superior da Terra, é feita de uma série de grandes placas. Estas placas constituem os continentes e o fundo do mar. Elas repousam sobre uma camada viscosa subjacente, chamada astenosfera.
Pense em uma torta cortada em oito fatias. A crosta da torta seria a litosfera e o recheio quente seria a astenosfera. Na Terra, estas placas estão em movimento constante, movendo-se umas em relação às outras a uma velocidade de 2,5 a 5 cm por ano. O movimento ocorre mais intensamente ao longo das linhas de falha (onde a torta é cortada). Estes movimentos têm a capacidade de produzir terremotos e vulcanismo que, quando ocorrem no fundo do oceano, são duas causas possíveis de tsunamis.

 
Quando duas placas entram em contato em uma região conhecida como limite de placa, uma mais pesada pode deslizar por baixo de outra mais leve. Isso é chamado de subducção. A subducção submarina freqüentemente deixa enormes rastros: profundas trincheiras oceânicas no fundo do mar.
Em alguns casos de subducção, parte do fundo do mar conectado à placa mais leve pode se romper repentinamente para cima, devido à pressão proveniente da placa que afunda. Isto resulta em um terremoto. O foco do terremoto é o ponto no interior da Terra no qual ocorre a ruptura. Depois da ruptura, as rochas se quebram e as primeiras ondas sísmicas são geradas. O epicentro é o ponto do fundo do mar diretamente acima do foco.
Quando este pedaço da placa se rompe e dispara toneladas de rochas para cima, com uma força tremenda, essa energia é transferida para a água, empurrando-a e elevando o nível do mar. Este é o nascimento de um tsunami. O terremoto que gerou o tsunami de 2004, no Oceano Índico, foi de 9 pontos na escala Richter, um dos maiores já registrados.